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VEM!
Vem criança, toma a minha mão e vamos caminhar.
Vou te ensinar a saborear a vida Vê? O sol já vai subindo e a lua branca parindo uma manhã radiosa. Pára, não ria de mim. Estou falando sério. Vamos cavalgar as nuvens, pelas campinas do céu. Ouve a brisa no arvoredo e não tenhas medo: é só o vendo, que hoje está manso e não faz mal a ninguém. Compreende a beleza do universo cantada em prosa e verso, pelo poeta. Voemos rumo ao zênite, ponto culminante de tudo. O astro-rei caminha mudo, ao seu destino. Quanta magnitude tem o infinito! E, no entanto, o simples pranto de um infante, faz Deus se voltar e até nós chegar. Ele se fez pequenino e, de Maria, nasceu um menino, cheio de alegria. Para salvar o mundo, foi até o fundo, no Calvário. Se o Senhor, que tudo pode, assim escolheu, uma lição quer nos ensinar: Não busques grandes feitos, não imponhas teus direitos, nem queira começar uma guerra. A vida simples, singela, é um refrigério, um desafio e um mistério: o nascer do sol, o pleno dia, o ocaso, o anoitecer. Verão, outono, inverno e primavera. A nuvem branca, onde estamos agora, vai sua chuva verter, perfumando o ar, com cheiro de terra molhada. A flor abriu e, já despetalada, deixa cair sua semente fertilizadora. Do broto, nasce a árvore frondosa e, à sua sombra generosa, vamos nos sentar. Cansados da nossa jornada, ficamos de prosa, esperando a madrugada chegar.
Gilda Porto
Enviado por Gilda Porto em 19/02/2021
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